O Relógio do meu pai
Maura Espinheira Avena (Dedicado a meu irmão: Antônio Itamar Espinheira Filho) O relógio do meu pai parou Talvez para que eu pudesse enxergar o presente Tudo é contemplação neste tempo Onde a vida se fez dona da eternidade O Relógio do meu pai parou No tempo da memória, seus olhos me olham e miram a pintura Enquanto seu corpo se aproxima e se afasta da obra para pousar no tempo do sentir Tudo é criação e renovação, alma e coração Tempo de abandonar o vazio O relógio do meu pai parou E no grito silencioso das horas desesperadas Ouço sua voz e o canto do pássaro preto No tempo da memória A vida faz todo sentido